O Pescador é o profissional responsável por utilizar instrumentos como varas, iscas, redes e barcos pesqueiros para retirar de água doce ou salgada, peixes, moluscos e crustáceos, que servirão de alimento à própria família e também para comércio. Um Pescador tem normas a seguir, como por exemplo, não pescar em épocas de desova (piracema) e somente pescar peixes que tenham tamanho maior o que o estipulado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).
Está sob as responsabilidades de um Pescador preparar o material de pesca (varas, iscas, redes, barcos, etc.), encontrar um lugar adequado para realizar a pesca, jogar a rede, se for o caso, dependendo da técnica utilizada, esperar que o peixe morda a isca (com vara) ou esperar o momento adequado para puxar a rede, verificar se o tamanho dos peixes capturados é permitido pelo IBAMA, devolver a água os peixes que não forem adequados à pesca, armazenar a produção, limpar o peixe, para comercialização ou consumo próprio.
De acordo com dados do extinto Ministério da Pesca, no Brasil existem mais de 1 milhão de pescadores artesanais credenciados pelo RGP (Registro Geral da Atividade Pesqueira). A pesca artesanal caracteriza-se como uma prática mais ecofriendly do que a produção industrial.
Apesar dos esforços para registrar os pescadores artesanais, a ilegalidade nas pescarias dificulta o manejo do pescado, que pode tornar-se alvo da sobrepesca (pesca exploratória acima da capacidade de recuperação das espécies, afetando a manutenção do recurso pesqueiro). A destruição de habitats essenciais ao desenvolvimento das espécies também é uma problemática relacionada à pesca artesanal, e seus efeitos podem ser minimizados através de programas voltados para a educação ambiental.
Nesse sentido, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco tem promovido encontros de pescadores e, no ano passado, realizou o I Seminário de Pesca Artesanal da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que discutiu as diversas realidades do segmento, bem como visou a construção de estratégias para fortalecer a pesca artesanal no rio São Francisco.
Além disso, com projetos de recuperação de lagoas marginais do Velho Chico, como a lagoa de Itaparica, em Xique-Xique, na Bahia, e as lagoas do norte de Minas, na região dos municípios de Manga e Matias Cardoso, o CBHSF está recuperando os berçários de vida do rio São Francisco e propiciando que os peixes se reproduzam e cresçam em segurança até a idade correta para que possam ser pescados.
A campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico” pretende atrair os pescadores para a luta conjunta em defesa da revitalização do Rio São Francisco e do uso racional das suas águas.