Na oportunidade, a diretoria do Comitê também relatou ações implementadas em defesa do Rio São Francisco
Texto: Flávia Azevedo
Na manhã desta sexta-feira (17), em Brasília, o CBHSF reuniu jornalistas de diversos veículos nacionais e regionais para apresentar sua campanha anual em defesa do Rio São Francisco. A frase “Sou mais Velho Chico” foi o mote escolhido para a campanha que chega em sua sexta edição e tem como grande objetivo chamar atenção para os sérios problemas enfrentados pelo Rio. A situação do Rio e sua bacia hidrográfica é grave sob diversos aspectos e, com a tragédia de Brumadinho os alertas se tornaram ainda mais importantes. Para se ter uma ideia, são 235 barragens de rejeito de minério localizadas ao longo da bacia que possuem alto risco de rompimento, o que representa um risco sem precedentes para a vida do Rio.
A campanha foi apresentada aos jornalistas por Pedro Vilela, diretor de comunicação da TantoExpresso, agência de comunicação e mobilização social do CBHSF. Após a apresentação do conceito, Pedro detalhou as ações que serão realizadas no dia 3 de junho, Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, instituído pelo CBHSF.
Balanço das ações do Comitê foi apresentado à imprensa
Com o propósito de levar mais conhecimento à sociedade, o presidente do CBHSF Anivaldo Miranda apresentou aos jornalistas informações sobre ações e projetos implementadas pelo Comitê entre 2012 e 2019. No total, o CBHSF já concluiu 58 projetos que já beneficiaram mais de 60 municípios ao longo da Bacia com investimentos na ordem de R$ 42.300.011,90.
Os projetos são diversos e contemplam construções de barraginhas, recarga de aquíferos, recuperação de mata ciliar, proteção de nascentes, retificação de estradas vicinais, combate aos processos erosivos. O presidente Anivaldo disse, ainda, que uma nova família de projetos foi aprovada pelo Comitê. “Os projetos desenvolvidos pelo CBHSF são muito importantes para as comunidades e têm grande repercussão local porque muitas vezes onde o poder público não chega nós fazemos esse trabalho de formiguinha”, complementou. Com relação aos recursos, o presidente complementou afirmando que, apesar de escassos, são aproveitados de forma estratégica. “O dinheiro do Comitê é pequenininho, mas a nossa filosofia é fazer de um limão uma limonada”, afirmou o presidente Anivaldo ao comentar sobre os demais investimentos que têm sido aplicados nos projetos.
Os planos municipais de saneamento básico foi um ponto de destaque na apresentação do Comitê. É a partir da elaboração desses planos que os municípios podem pleitear recursos federais para execução de obras de saneamento nas áreas de esgotamento sanitário, tratamento de resíduos sólidos, drenagem ou de tratamento de água para abastecimento humano. A metodologia de elaboração dos planos parte de grandes diagnósticos participativos que colhem contribuições das populações locais para fundamentar os projetos. Já foram entregues planos de saneamento para 63 prefeituras do Alto, do Médio, do Submédio e do Baixo São Francisco, estão em execução outros 4 e ainda mais 4 a serem executados.
Para 2019, o chamamento público pretende beneficiar mais 40 municípios, 10 em cada região fisiográfica. “Esses planos são importantíssimos para os municípios como primeiro passo e faz do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco o maior investidor em planos de saneamento básico da Bacia do São Francisco. Esse é um marco importante”, afirmou Anivaldo.
Outras ações importantes realizadas pelo Comitê são as que promovem projetos de abastecimento de água tratada em comunidades tradicionais. Com investimentos de R$ 3.800.000,00 foi executada uma obra para favorecer o povo indígena Pankará, de Itacuruba-PE. Já para o povo indígena Kariri-Xocó, localizado na região do Baixo São Francisco serão destinados investimentos da ordem de R$ 200.000,00
O CBSFH detalhou outras ações e após o balanço abriu para perguntas dos jornalistas.