A tarde do Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco, 3 de junho, foi de alerta à população de Pão de Açúcar (AL) sobre os problemas que o Velho Chico vem enfrentando e a importância de preservá-lo. A exposição ‘Conhecendo o Velho Chico’, que faz parte da campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico”, organizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), proporcionou que apresentações culturais fossem manifestadas, através de grupos e da espontaneidade dos alunos visitantes. Crianças e adolescentes se uniram para celebrar o dia e aprender de uma forma diferente e lúdica em plena feira livre.
O coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Baixo São Francisco, Honey Gama, avalia que o maior objetivo foi atingido. “Conseguimos empoderar e sensibilizar a comunidade de Pão de Açúcar, trazendo educação ambiental e chamando atenção para as ações e projetos do Comitê em defesa do Velho Chico. Também apresentamos toda a problemática que o rio vem passando nos últimos anos, que é, justamente o foco da campanha”, destacou.
O ambientalista e membro do CBHSF, Antônio Jackson, é adepto da mesma opinião. “Cumprimos a nossa missão. Saio daqui com a certeza de que cumpri com o meu dever e com a expectativa de que tudo isso seja revertido em ações concretas. Espero que, dessa multidão que participou da campanha, saiam pessoas empenhadas e com mais compromisso em defesa do rio. Eu gosto de falar o que sinto e me baseio em três princípios: verdade, conhecimento e amor à causa. Agora, as pessoas precisam começar a exercitar as ações e fazer acontecer. Afinal, o São Francisco está pedindo socorro”, salienta.
Durante as atividades da tarde, o diretor da Unidade Municipal de Ensino (U.M.E.) Senador Rui Palmeira, Graziano Silva Cruz, levou seus alunos à exposição e enfatizou a influência da cultura e de atividades lúdicas para o aprendizado. “Este é um espaço de educação não-formal, onde retiramos a criança da sala de aula e abrimos um leque de sugestões de aprendizagem. Essa parte da transformação cognitiva ao mundo externo é essencial para que as crianças consigam conviver e interagir com os outros. Dedicar um momento para trazer as crianças a um espaço como esse, que conscientiza sobre o rio São Francisco, é de grande importância para todos, não só as crianças, já que elas acabam incentivando os adultos. A campanha está maravilhosa e, para nós, é muito emocionante aprender sobre o rio. Independente da situação em que ele se encontre”, afirmou.
As ações relativas ao conhecido Rio da Integração Nacional também reuniu entoadas nordestinas, rodas musicais, concurso de redação e apresentação do coral da Escola Municipal Bráulio Cavalcante e do grupo de dança Lavadeiras. Rayca Andrade Almeida, 5º ano da Unidade Municipal Escolar (U.M.E.) Rui Palmeira, tem 11 anos e foi uma das três premiadas no concurso de redação. No texto, ela aborda o antes e depois do rio e conscientiza o leitor para preservar a maior riqueza dos ribeirinhos. “O rio está morrendo e as pessoas ainda continuam jogando lixo no rio. Temos que virar carranca para defender o Velho Chico mesmo, porque é dele que sobrevivemos. Eu gosto muito do rio e quero cuidar dele”, expressou.
Valdir Pinto de Gusmão é pão de açucarense e, desde que se aposentou, veio de Brasília (DF), onde trabalhava, para dividir seu tempo entre Maceió, Arapiraca e Pão de Açúcar (AL). Nesta vinda a sua cidade natal, a campanha Viro Carranca chamou a atenção pela movimentação gerada na cidade. “Na minha época de criança não tinha isso, era tudo bem diferente. Conservação é tudo e nunca houve, por isso a atuação do Comitê é tão importante”, afirma.
Assista ao vídeo da campanha em Pão de Açúcar (AL):
Pão de Açúcar
A cidade alagoana Pão de Açúcar foi uma das quatro cidades brasileiras escolhidas para sediar a campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico”, nos dias 2 e 3 de junho. Durante os dois dias, centenas de pessoas foram alcançadas, através de conscientizações em defesa do rio São Francisco, que aconteceram na beira do rio e durante a feira livre do município. A campanha levou a informação de diversas formas à comunidade, com apresentações culturais, regata de canoas, palestras, concurso de redação, exposição, visitas guiadas e educativas.
Texto: Carolina Leite
Fotos: Edson Oliveira