O dramaturgo brasileiro Sérgio Mamberti disse certa feita que “cultura é gente, diversa, plural, multifacetada, que na identidade de cada um forma o caldo coletivo que alimenta a história”. A campanha ‘Eu Viro Carranca pra Defender o Velho Chico’ engrossou esse caldo identitário da população do município de Bom Jesus da Lapa, ocupando espaços públicos pra levar cultura, arte, educação ambiental e propor formas sustentáveis de convivência com o rio São Francisco.
Na tarde desta segunda-feira (03/06), data instituída pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) como o ‘Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco’, a arte foi o principal vetor de protesto e demonstração de amor pelo Velho Chico em Bom Jesus da Lapa. Os alunos das escolas municipais deram um show de conhecimento em suas apresentações e provaram que, além de politizados, estão conscientes da importância de seu papel na preservação do rio que deu origem a sua cidade natal.
A tarde foi uma “miscelânea” cultural regada a recital de poesia, dança, teatro, gritos, palmas, pulos, caretas de carrancas e tudo o mais que pudesse extravasar o ardor juvenil que acredita em métodos simples de resolução dos problemas e que lembra a sociedade de que o futuro tem que ser preservado porque eles pretendem estar lá. Como disse Albert Camus: “A juventude é, sobretudo, uma soma de possibilidades”.
Foi mergulhado nessa pluralidade cultural que é característica dos povos que compõem a bacia do São Francisco que a campanha ‘Eu viro carranca pra defender o Velho Chico’ espalhou sua mensagem por Bom Jesus da Lapa e teve seu encerramento no Teatro Municipal Professora Ivonildes Melo, com a apresentação da peça teatral ‘Velho Chico: Histórias, Contos e Lendas’. Dirigidos pelo professor e secretário municipal de Cultura, João Paulo, o grupo teatral emocionou uma imensa plateia com esquetes que retratam o convívio cotidiano da população com o rio bem como, simbolicamente, o rio e suas lendas responderiam a sociedade.
“Me emociona profundamente ver a representação cultural do São Francisco feita de forma tão simples e direta através de cantoria de Reis, ‘causos’, canções de lavadeiras e do linguajar tão característico de nosso berço nordestino. O Velho Chico é justamente isso que vimos na peça: vida que grita por socorro”, comentou Ednaldo Campos, coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Médio São Francisco.
Confira as fotos da peça teatral “Velho Chico: Histórias, Contos e Lendas”: